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Reflexões acerca do mundo cristão.

terça-feira, 12 de julho de 2016

UMA PALAVRA SOBRE MEGA VIGILHÃO, BALADA GOSPEL, ABALA JERUSALÉM E CIA

Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes (Am 5:21)

Permita-me apresentar-lhe esta modesta e sincera reflexão. Não me tenha por careta, tapado ou ignorante; considere meu texto à luz dos fatos atuais do mundo cristão – ponha-o em paralelo com as Escrituras, com a narrativa histórica de Atos dos Apóstolos e Epístolas; reflita em como os crentes primitivos adoravam a Cristo e divulgavam o Seu Evangelho, contextualizando-o a diferentes pessoas e lugares – sem retirar-lhe sua mensagem e apresentação íntegra e radical; depois, zelosamente observe muitas de nossas festas e comemorações e seja sincero consigo mesmo: edificamos serpentes de bronze (2 Re 18:4) que têm desviado nosso povo da simplicidade do Evangelho de Cristo e da verdadeira adoração a Deus. Estamos num tempo decisivo em que devemos remover altares de profanação erigidos em nosso meio e quebrar colunas e postes sagrados com o composto anexado de “gospel”.

Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mt 15:8) 

Festas da “igreja” que oferecem o terrenal. Muitas igrejas estão preocupadas e ocupadas exatamente com o que gostamos de assistir ou de fazer e tentam de tudo para nos agradarem ainda mais em nossas vontades e preferências. As coisas organizadas pelo pessoal da “igreja” são parecidas com as do mundo, distintas apenas pelo poder agregador do termo “gospel”. A mentalidade cristã do século XXI quando quer adaptar algum costume do mundo para dentro da “igreja” basta associar a palavra “gospel” e como que num passe de mágica tudo que queremos de profano lá de fora se torna santo dentro de nosso “mundo crente” e a partir daí nós temos: Gospel Folia, Dance Gospel, Balada Gospel, Rave Gospel, Arraiá Gospel, Halloween Gospel, Funk Gospel, Eletro Dance Gospel, Festa Country Gospel, Gospel Night, stand-up comedy gospel e por aí vai. A razão para promover ou apoiar esses eventos parece justificada e nos agrada em cheio; as “nossas festas” geralmente apresentam razões evangelísticas, fraternais e exaltam a “graça” de ser crente. Mas que tipo de crente? Aquele que se inspira na criatividade dos festejos mundanos para importá-los para dentro do que entendemos como igreja?

E não vos associeis às obras infrutuosas das trevas, antes, porém, condenai-as (Ef 5:11)

Festas da “igreja” que oferecem o sobrenatural. Muitas igrejas pentecostais se renderam as inovações propostas por “grupos heterodoxos” de cantores e pregadores que utilizam expressões superlativas e apoteóticas na divulgação de seus eventos, tais como: mega vigilhão, avalanche pentecostal, vigilhão revolution, vigilhão ômega e acreditem tem até “o mega dos megas vigilhão”. Fora os tão famosos abala “Jerusalém”, abala “Samaria” (não citei o nome das cidades por discrição mesmo). Os organizadores “dessas festas de crentes” se defendem dizendo que tais títulos são para chamarem a atenção das pessoas para uma nova e impactante experiência com o poder de Deus. Sinceramente, esses eventos em sua maioria não cumprem com a expectativa gerada pelo estardalhaço publicitário feito. A não ser que você considere pula-pula, desordem litúrgica, profetismo dirigido, mensagens de superação, unções de prosperidade como nova experiência com Deus. Na maioria, os super pregadores desses eventos sugerem o extravasar emocional ou exploram em seus apelos carências sentimentais e pessoais dos participantes. A tristeza pra quem embarca nessas fantasias que prometem o transcendental é que depois do “hiper evento” quando a segunda-feira chega, à vida do participante volta ao normal com a mesma rotina e sem qualquer milagre de Deus na vida – com raras exceções; os habitantes da cidade que foi “abalada” continuam com a mesma posição de afastamento de Deus e a comunidade local de crentes como estranha social. E aí irmãos, no fim é só mais um evento onde pulamos, dançamos, gritamos e ouvimos que somos cabeça e não cauda e só isso! 

Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja (1 Co 14:26)

Festas da “igreja” que exaltam os homens. Tem havido uma super exposição de pessoas e uma exclusão da Palavra de Deus em nossos cartazes, banners e nos outdoors que espalhamos pela cidade (inclusive poluindo-a visualmente). Como é bom ter foto estampada num cartaz de igreja, ainda mais se você for um dos nomes em destaque; mas, e a Palavra de Deus? Grande parte de nossa divulgação peca por expor demais cantores, conferencistas, apóstolos, doutores e apresentar de menos a Palavra de Deus e seu apelo evangelístico – em grande volume a comunicação visual do cristianismo protestante do século XXI não é evangelística. As pessoas estão sendo convidadas para prestigiarem a presença de cantores e pregadores e só isso! Esses eventos estão desenvolvendo uma cultura de fãs e seguidores de homens – de modo que tais eventos têm adesão, mas não decisão, fãs mas não discípulos, crentes que rolam no chão, mas que não se rendem aos pés do Senhor Jesus Cristo!

Ai de vocês, quando todos falarem bem de vocês, pois assim os antepassados deles trataram os falsos profetas (Lc 6:26)

Festas da “igreja” onde tudo está programado. O louvor é contratado, a palavra é encomendada e a platéia está sugestionada a descambar em qualquer proposta apresentada nessas reuniões “mega-ultra-super poderosas”, que na prática, não mudam em nada o comportamento corrompido, não abalam coisa nenhuma senão ainda mais o cambaleante espiritual participante. Boa parte desses eventos tem sido organizados para exaltar ministérios personalistas, promover candidatos políticos ou esquemas denominacionais. Nos tornamos numa geração que aplaude seus “ídolos humanos”, mas que não adora a Deus; nos cultos da igreja somos expectadores, nas orações pedintes, nas ofertas miseráveis e no testemunho reprováveis – e o pior de tudo, são muito poucos os pastores e pregadores que nos chamam à realidade da vida cristã; que nos falam a verdade e que nos comunicam a Palavra que de fato pode transformar nossa vida morna numa nova vida!

CULTOS DE RETETÉ E SAPATINHO DE FOGO, O QUE É ISSO?

Embora o termo “modismo” tenha imediata associação com o universo estilístico e da moda; a semiótica ligada à expressão vai para além dos desfiles, passarelas, vitrines e desejos dos guarda-roupas femininos. O entendimento e a dinâmica do termo pressupõem que o indivíduo é influenciado por novas e emergentes expressões sociais, culturais e religiosas – que como novas tendências comportamentais e expressionistas alteram o modo de desejar, fazer, falar e ser – num determinado período de tempo (pois modismos são temporais); notabilizando-se pelo uso das mesmas roupas, corte de cabelo, expressões de linguagem, música, ideais coletivos, chavões de grupo, bem estar, consumos e práticas das mais variadas.

Todo desdobramento e envergadura dos modismos – sejam de cunho religioso ou não – objetivam a adesão do indivíduo as novas práticas e experiências propostas pelo movimento modista. Quando o Neymar (jogador do Barcelona) começou a adotar diferentes cortes de cabelo –acabou lançando um novo “hair style” para seus fãs mundo afora – depreendendo daí um exemplo nítido de modismo. Outro ponto importante é que qualquer modismo precisa da adesão de formadores de opinião para emplacar e no meio religioso não é diferente. Grandes igrejas com seus líderes inovadores, cantores da música gospel e pregadores avivalistas são os mais prováveis candidatos a emplacar uma nova moda entre o povo. Desde “unções do paletó” a “rolezinho gospel”; de suspensórios masculinos (lançados por um ilustre pregador, doutor em divindades e deputado federal) a “unções proféticas”; vira e mexe muitos irmãos estão participando!

No segmento cristão o termo modismo aplica-se a crenças e comportamentos cúlticos, litúrgicos e até místicos ligados a “novas revelações e experiências de fé” sem qualquer suporte das Escrituras. Modismos são mais notados entre pentecostais e neopentecostais e tem sentido objetivo de desvio doutrinário por não poderem se fundamentar na bíblia, possuírem levantes históricos controversos e apresentação teológica inconsistente. Como no mundo secular, entre os pentecostais e neopentecostais os modismos geralmente são apresentados por figurões persuasivos, líderes que partindo do campo da experiência pessoal – estabelecem um novo “padrão de evangelho” com manifestações das mais variadas e estranhas. Enquanto alguns “movimentos” desenvolvem e espalham suas invenções e inovações quase sempre caracterizadas por exageros e tentativas da representação física e palpável do sagrado; os pentecostais clássicos sustentam uma posição restritiva a tais manifestações, exatamente por desejarem preservar os padrões litúrgicos e doutrinários herdados; e esse firmamento se constitui como a maior oposição aos modismos entre esse grupo.

Sei que não serão todos os pentecostais que concordarão comigo quanto à existência de modismos extrapolados em seu meio. Saliento que os relatos históricos dos primórdios pentecostais no Brasil apresentam experiências que estão em perfeita consonância com as mencionados nas Escrituras tais como o batismo com o Espírito Santo, o falar em línguas, dons espirituais e cura divina (At 2.4; 8. 17; 19.6; 1 Co 14.5) e todos nós como continuistas acreditamos, vivenciamos e pregamos tais graças. A questão é que mesmo que “a ala do pentecostalismo clássico” não aprove os exageros das experiências emotivas, confusão litúrgica e homilia extra-bíblica que compõe os “modismos” praticados na atualidade em nossas denominações; temos de admitir que fomos influenciados por ondas e modas “renovacionistas” que nos distanciaram de nossas origens, identidade e comportamento histórico. O motivo óbvio para tal declaração é que fomos dando cada vez mais ênfase às experiências como afirmações doutrinárias através da prática de campanhas, revelações, unções especiais e outras agregações heterodoxas.

Modismos quando tratados á luz da Palavra de Deus são revelados como suposta autoridade espiritual com conotações e desfechos distantes dos ideais do Novo Testamento como, por exemplo, unção do riso, da imitação de animais, de cair no espírito, de obturações de ouro, de perda de peso e etc. Pretensa materialização de poder através de consagração de objetos como chaves, carnês de contribuição, lenços, rosas, água e etc. Engodos de restauração por meio de sessões de descarrego, quebra de maldições, regressão, mapeamento genealógico, anulação negativa do poder do nome que a pessoa recebeu e etc. Disparates de contexto bíblico e cultural por intermédio da importação de símbolos e emblemas do templo e culto dos israelitas (algumas igrejas já têm reproduções da arca da aliança e do menorá em seus púlpitos); por quererem assimilar funções do serviço levítico e sacerdotal do A.T à música e ao ministério pastoral do N.T.

Quem dera se os pontos críticos dos “modismos liturgizados” fossem apenas um descontrolado ápice emocional ou um extravasar sentimental praticado por membros das igrejas que assumem tais costumes. A incoerência maior é que estas tendências estabelecem crenças infundadas através de seu teologismo distorcido. Comprometem e corrompem a relação do crente com Deus desenvolvendo uma condução menos bíblica e mais emotiva da vida cristã. Estabelecem “novos e invertidos valores” da mordomia bíblica que não é a de servir a Deus e ao próximo, mas a si mesmo; elevam a autoridade do “dom de revelação” à própria inspiração das Escrituras, dando ênfase mais a essas “revelações pessoalmente dirigidas” do que aquelas milenarmente comunicadas através da Bíblia para a vida comum da Igreja de Cristo. Modismos do lado aderente geram manias e no outro lado resistente a elas acabam por desenvolver fobias, gerando dissensões e embates entre os irmãos.

Outro modismo litúrgico são os tais “cultos de reteté”. O historiador pentecostal Isael de Araújo assim os descreve: “Nos cultos “reteté”, pessoas marcham, pulam, contorcem, caem, riem, berram, ficam rodopiando pra lá e pra cá num verdadeiro reboliço. Geralmente, essa desordenada movimentação se dá enquanto hinos são cantados em ritmos como forró ou axé, com batuques e pandeiros que lembram reuniões do candomblé. Para os crentes do “reteté” só os seus cultos são verdadeiramente pentecostais e têm o mover de Deus. Mas esses cultos ultrapassam os limites da meninice e muitas vezes são pura expressão de carnalidade e falta de temor a Deus. Seus dirigentes são obreiros neófitos que não estimulam o povo a ler mais a Bíblia e ser mais equilibrados”. Gutierres Fernandes Siqueira do blog Teologia Pentecostal refuta os “cultos de reteté” a partir de 1 Co 14:20-40): “Qual o problema do reteté? São vários os problemas com essa modalidade de culto e seria necessário rasgar I Co 14 das Sagradas Escrituras, para aceitar o reteté”.

a) A passagem ensina ordem e decência (v.40), além de mostrar que os dons têm propósitos para edificação da Igreja (v.26). “Faça-se tudo para edificação”.
b) Deus não é de confusão (I Co 14.33). O reteté encarna o caos!
c) O “reteté” infantiliza, contrariando o bom-senso exortado pelas Escrituras (I Co 14. 20)
d) O culto é racional (Rm 12.1), enquanto o “reteté” inspira os mais primitivos instintos emocionais, desprezando por completo o intelecto.

Finalizo observando que modismos não resolveram o problema do protestantismo norte americano e canadense e certamente sua importação para o nosso país menos bem tem feito a igreja evangélica brasileira. O interesse das igrejas pentecostais nesta última hora não deveria ser por “novidades espirituais importadas ou adaptadas”; percebemos uma igreja inchada em seu “ego autoritário” (Ap 3.7) e vazia da autoridade do Espírito; composta por crentes que se acham ungidos para amaldiçoar e declarar coisas que nem medem as conseqüências se fossem realizadas. O verdadeiro culto pentecostal é composto de hinos, exposição das Escrituras, exercício na coletividade dos dons espirituais (I Co 14.26). A liturgia pentecostal não deve ser o extremo oposto da equilibrada liturgia tradicional, pois o que diferencia é o exercício dos dons, com toda moderação e seguindo as diretrizes da Bíblia. É tempo de voltarmos (Ap 2.4-5) à prática do puro e simples Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo!

O QUE DEVE UM FAMOSO EVANGÉLICO FAZER QUANDO A "CASA CAI" PRA ELE?

O adágio popular “a casa caiu pra fulano”, alude a uma situação abrupta, adversa e irreversível na experiência de vida do sujeito envolvido em tal desventura. A consideração é aplicada geralmente a pessoas que avisadas de antemão, acerca de decisões e providências que deveriam tomar, não o fizeram e depois sofrem as inevitáveis conseqüências de tanta procrastinação (Jr 25:4; Lc 6:49). A “casa cair” pelo prisma bíblico – constitui-se como uma das formas de Deus tratar conosco direta ou indiretamente. 

O Altíssimo o poderá fazer diretamente quando permite suceder em nossa vida eventos que fogem ao nosso controle, mas que estão em conformidade com o Seu plano para o nosso amadurecimento e aperfeiçoamento (1 Co 10:13; Tg 1:12; Jr 29:11). Indiretamente, poderá o Santo de Israel por conta daquilo que inspirou e se fez registrar em sua Palavra (Bíblia sagrada); permitir ao homem escolher o próprio caminho e herdar de suas decisões resultados bons ou maus (Js 24:15; Gl 6:8-9).

Pra muita gente, o “cair na real” só acontece na base das “pancadas da vida”, ou numa linguagem evangélica – “colhendo o que plantou” (Gl 6:7). Infelizmente, na maioria das vezes queremos transformar uma cinzenta realidade com pinceladas coloridas de infantil ilusão. Preferimos adiar o que realmente importa para alimentar as extravagâncias de um famigerado ego que só busca fama, dinheiro e sucesso – mesmo que nos custe caro adiante, mas ignoramos. Adoramos acender holofotes para os outros, mas estamos por detrás do refletor, embrenhados numa escuridão de dúvidas, problemas e dilemas – mas, de modo inexplicável e inconsequente curtimos viver perigosamente, ainda mais fazendo pose de crente santão, de profeta ou profetisa de Deus.

Numa reflexão figurada, mas bíblica a “casa cai” para um crente quando este fundamenta sua fé em areia (Mt 7:26). Nos dias de Jesus não dava para construir uma casa ou um prédio sobre terreno arenoso – a fundação tendia a ceder e a estrutura ficaria comprometida por inteira; assim é também na vida cristã e em nosso relacionamento com o Salvador; pois se Cristo não for quem realmente nos sustenta e de onde recebemos apoio para os momentos de enchentes, ventos e tempestades (Rm 9:33; At 4:11-12; Lc 6:48; 1 Pe 2:5), a casa cairá sem dúvida.

A casa de muita gente famosa do meio evangélico está caindo, quer seja do ponto de vista espiritual, moral ou social – estamos em tempos de desmoronamentos e escombros daquilo que um dia ostentava fachada de modelo de vida cristã. Muitos tentaram erigir ministérios, carreiras, livros e Dvd’s que falam de Cristo, mas que jamais estiveram alicerçados nEle – e no sinótico de Mateus, isso é tolice (Mt 7:26).

Mas, depois que tudo ruiu alguns atentaram para a realidade que sempre os acompanhou: conseguiram se ver como realmente são, reconheceram que não são super crentes, que não tem super poderes, que não detém revelações mágicas para sucesso de coisa alguma; como também não possuem receitas para o casamento feliz dos outros, a prosperidade completa alheia, ou de qualquer unção extraterrena e absoluta sobre a vida de terceiros. Descobriram por duras penas que não podem continuar mantendo a mesma pose ou tocar com o mesmo discurso triunfalista do “seja feliz”, “você é um vencedor”, “não aceite”, “declare”, “profetize” e por ai vai. Quem me dera fosse à vida cristã estabelecida sobre o que eu declaro, sobre minha confissão positiva – seria muito mais fácil, mas vida cristã é realidade, e realidade como sinônima de verdade fere, confronta, machuca e até envergonha; pois desnuda das roupagens da mentira e descostura os uniformes do viver de aparências – a realidade é cruel com os casarios de faz de conta, e derruba mesmo! 

E agora que a casa caiu, o que fazer? Se arrepender para em seguida reconstruir sobre o alicerce dos sábios é o ideal chave (Ap 2:5); recomeçar é a atitude esperada por quem reconheceu onde errou e com quem errou. A carreira, a agenda, a pose e tantos outros afins exteriores; agora são desnecessários. A lavagem da alma e a renovação do espírito para o correto esquadrinhar da vida sobre Cristo Jesus é o mais importante agora. Alguns não conseguem abrir mão daquilo que acham que não deveriam perder – o estrelato gospel – tentam justificar as falhas, embalar uma isenção de culpa, incriminar somente a outra parte e tal. O recomeço nasce no íntimo e brota em casa, a profunda relação com o Senhor se dá no quarto (Mt 6:6); o sentido do prosseguir torna se visto no seio da família, entre irmãos e amigos que oram e torcem por você (Pv 18:24).

Sem julgamentos ou apontamentos, afinal – a casa já caiu. Mas, Deus reconstrói ruínas (At 15:16) e restaura brechas (Is 58:12); daí repito as palavras daquele que no pior momento de sua caminhada, em meio a lágrimas e pressões por todos os lados disse: “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor (Lm 3:26)”.

UM EVANGELHO "CHEIO DE GRAÇA" É SEM A GRAÇA!

Estilos de pregação são distintos no campo homilético; formas de pregar são variadas num universo de oportunidades e em cenários e ambientes distintos; de forma que cada pregador apresenta peculiaridades em sua maneira de apresentar um sermão bíblico – isso tudo é comum em nossas reuniões e eventos – só que o pregador não pode comprometer a aplicação da mensagem por conta de seu estilo. Em contrapartida, existe preferência por parte de quem escuta a pregação – e há alguns que preferem uma mensagem mais bem elaborada, encorpada com teor bíblico; outros de uma exposição mais espontânea e emotiva e ainda aqueles que gostam do “movimento”, de pregadores que gritando ao microfone “quebram tudo”, pois o que conta é o “reteté” que na compreensão destes é sinônimo da manifestação do poder de Deus.

Antes, preciso esclarecer que eu não tenho nada contra palestras bem humoradas, em anedotas “evangélicas” que se margeiam pelos limites do conveniente; em ilustrações que apesar de cômicas não saem dos trilhos da seriedade – pois o que deve se destacar é a mensagem cristã. Também não curto pregadores que parecem “espalhadores de medo”, expoentes de uma “mensagem carrancuda”, eloquentes das sentenças divinas – que não apresentam remédio, muito menos salvação e o céu – gente que fazendo uso da Palavra fere o auditório, envergonha determinados ouvintes e expõe ao ridículo em ajuntamentos públicos certos casos já conhecidos pelos presentes – isso não é pregação do Evangelho, é absoluta falta de bom senso!

Eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse (Jr 23:31)

Feitas as minhas considerações, a reflexão em curso mira em outra figuração homilética bem apreciada em nossos dias – as pregações “cheias de graça”. Mas, não são cheias de graça no sentido de serem carregadas de dons, favores ou dádivas de Deus – são “cheias de graça” por que são engraçadas, porque muitas igrejas promovem, por que fazem a gente rir de montão e como programa de fim de semana é melhor que qualquer stand-up comedy porque é gospel! É impressionante como esse estilo de pregação consegue atrair a atenção do auditório que absorto não perde nenhum gracejo do “hilariante-pregador”. Alguns irmãos choram de tanto rir, e a congregação que deveria ouvir a Palavra do Senhor em reverência, descamba numa frenética casquinada, pois frente ao que o pregador sugestiona o santo tornou engraçado, o sério foi despojado de sua rigidez necessária e o templo tornou-se numa casa de humor (chocarrices).

O meu corpo estremece diante de ti; as tuas ordenanças enchem-me de temor (Sl 119:120)

Na verdade, não há motivos para risadas pois estamos diante de um circo de irreverências; frente a seguidas violações da “casa de Deus”, diante de homens que fizeram da pregação um show e do templo um local de espetáculos. Não existe justificativa ou argumento que me convença do contrário pois a falta de temor no que se faz e no que se fala em muitos púlpitos é a manifestação mais escancarada de profanação! Estamos sacrificando porcos no altar reservado aos cordeiros ao ceder nossas tribunas sagradas a “pregadores cheios de graça” que ministram sob as vidas de muita gente “sem graça” e que apesar do riso, da comédia e do humor, continuarão sem receber a verdadeira graça de Deus. Amados, igreja não é lugar de piada é lugar da genuína Palavra de Deus; é local santo e de reverente adoração a Cristo; é ambiente privado à espiritualidade – é também ambiente da manifestação do Santo Espírito!

Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza (Tg 4:9)

Depois dessas reuniões “cheias de graça”, o povo volta pra casa com o humor em alta, mais leves de suas tensões – pois riram à vontade; e o tal pregador passa a ser mencionado como “aquele pastor engraçado”, indicado inclusive a outros que não foram à reunião das piadas e das encenações cômicas, onde o “comediante-pregador” com um tom de voz que remetia à alguma imitação brincalhona – fez todo mundo achar graça do sermão apresentado. Estamos diante de um modismo perigoso e pseudo da pregação do evangelho; estamos dando ao povo o que eles querem e não o que precisam. Nunca encontrei uma mensagem cômica de Jesus, Paulo, Isaías, Daniel, João Batista e muito menos de Deus em qualquer parte da bíblia falando ou revelando-se de forma engraçada – e essa meus irmãos é a característica da pregação cristã, pois é uma pregação séria, tratando de assuntos sérios e revelando um Deus que jamais brincou no que disse e fez.

Que Deus ilumine nossas mentes e corações e que nossos líderes sejam mais criteriosos ao convidarem certos pregadores para nos trazerem as mensagem de Deus expostas na bíblia.

sábado, 14 de novembro de 2015

O QUE SIGNIFICA SER CRENTE EVANGÉLICO EM NOSSOS DIAS?

Pra resumir, muito pouco em termos de virtude!
Com o passar do tempo (e diga-se muito pouco tempo - de uns 15 anos pra cá); apresentar-se em alguns ambientes como crente ou evangélico, é motivo de ironia maior - não pelos costumes extremados ou pelo glória a Deus ou aleluia que nos taxavam praticar no passado. Chegamos ao ponto de ter que nos esforçar para convencer a quem nos apresentamos como "evangélico" de que não vamos roubar a ninguém, que vamos pagar o que compramos, que vamos trabalhar direito, que somos confiáveis em guardar valores e pertences dos outros. Tudo isso porque a alcunha de "crente ou evangélico", não tem mais nada a ver com os vitupérios de cumprir o Evangelho de Cristo, mas sim com estigmas sociais de mau testemunho, falta de crédito e moral generalizados.
Grande parte de nossa classe religiosa evangélica (se é que foi algum dia religiosa) perdeu o respeito porque não se deu ao mesmo quando foi necessário! Perdeu credibilidade porque nunca levou a sério a vida cristã e caiu em contradições do próprio testemunho (com palavras diz uma coisa e com atos pratica outra). Também somos ridicularizados pelas tolices que muitos de nós falam ou escrevem por aí nessas redes sociais ou por meio das tecnologias de comunicação móvel. A sociedade não suporta tanta alienação de gente que se diz crente e que vai morar no céu - mas que é incapaz de ajudar a quem quer que seja. Evangélico que enxerga juízo de Deus e realizações escatológicas numa barragem que estourou, mas que não envia uma garrafa de água para os desabrigados, que sequer orou pelos tais. Francamente, desse tipo de crente evangélico, o verdadeiro cristianismo dispensa!
É de ficar chateado com essa tacanha consideração social que ficamos merecendo, pois ela não nos retrata mais por nossos valores e adjetivos de virtude, mas nos entende apenas como um substantivo de tantos gêneros de crença - pois não se tem mais a destacada identidade cristã atrelada a profissão de fé evangélica. A carapuça da vergonha nos veste a cada manchete semanal que destaca algum crente evangélico em algum lugar, na maioria das vezes nos expondo ao ridículo com o seu mau e incoerente modo de viver. As boas notícias infelizmente são exceções ou não são divulgadas como deveriam.
Pra mudar esse conceito estabelecido contra nós os crentes evangélicos (pois no presente o que o mundo diz a nosso respeito não pode nem mais ser entendido como pré conceito, pois fala a partir do que vê de ruim nos crentes; então não é julgamento prévio e sim sentença sobre reprováveis atos praticados por nós), vamos precisar de arrependimento, prática do verdadeiro Evangelho e tempo pra convencer aos outros que nós mudamos, que de fato cumprimos a Palavra de Deus.
Que o Senhor Jesus Cristo nos ajude!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

IGREJAS CLANDESTINAS E ILEGAIS - MAIS UM PECADO DA MÁ GESTÃO ECLESIÁSTICA!

Não sou especialista em direito eclesiástico, mas a administração da igreja além de ser matéria presente em nossos cursos de bacharelado em teologia é elemento empírico no dia a dia de nossas comunidades cristãs. Esclarecido isso, abro campo para maiores contribuições e até correções por parte dos especialistas da área. Acredito que já passou da hora de nossos líderes reconhecerem que a igreja/templo/denominação não são apenas um “local” de reunião dos crentes; parece que a infundada visão teológica e pouco conhecimento jurídico de alguns acerca da religiosa comunidade local é menos eclesiológica que a do próprio Estado que trata a igreja organizada como uma “pessoa”, pelo menos do ponto de vista jurídico.

Por mais que nossa mania de espiritualizar quase tudo, insista no romantismo de tratar a igreja unilateralmente como à noiva de Cristo (e de fato ela é, mas não somente), este conceito não conseguirá desobrigá-la de suas funções sociais, jurídicas, administrativas, trabalhistas, fiscais e enfim legais.
Biblicamente como um organismo humano a comunidade dos salvos é conduzida por Cristo – cabeça da igreja (Ef 1:22; 5:23) – mas sua obra evangelizadora e discipuladora são continuadas por homens escolhidos por Ele mundo afora através da organização representada pelas denominações cristãs (Jo 15:16; Ef 4:11-12). É neste ponto que iniciamos o estudo da administração eclesiástica. A administração da igreja alicerçada em documentação legal, estatutos, regimentos internos e organização funcional de suas atividades não é uma substituição da segura direção do Espírito Santo pela suposta capacidade humana de forma alguma. Na verdade a legítima administração eclesiástica é o perfeito exemplo da mordomia cristã num prisma gerencial da obra de Deus e essa obra foi confiada a líderes e pastores idôneos (Lc 12:42; 14:28-32; Ex: 18:21).

A organização das atividades e funcionamento da igreja como instituição de Cristo na terra não é uma exigência apenas do século XXI – essa necessidade sempre existiu desde sua fundação. Mas, em nossos dias frente a novos cenários, diferentes daqueles dos primórdios da história da igreja faz se necessário uma organização e gerenciamento mais exigentes – agora a igreja não está à margem da sociedade – mas é segmento reconhecido dela própria (da sociedade). Por tal razão, diante dos homens a igreja não pode funcionar apenas sob um sentido teológico ou numa elevada intenção e postura espiritual; e é exatamente por conta dessa normatização que os pastores presidentes e dirigentes vão sentir essa realidade lhes apertar a cada dia, seja por parte da própria igreja local (que fiscaliza e avalia a gestão), da sociedade (que espera no mínimo transparência por parte da igreja) e até do governo (que estabelece leis que inferem sobre a mesma).

Pra começo de conversa, uma igreja para gozar dos direitos constitucionais federais e ser legal diante do código civil brasileiro e outros, obrigatoriamente terá que ter documentação exigida e atender algumas obrigações. Qualquer modelo de administração eclesiástica considerará este quadro abaixo de constituição jurídica de uma igreja evangélica como elementar; vejamos o que uma instituição religiosa precisa ter pra funcionar em conformidade com as leis nacionais:

Estatuto da igreja: Devidamente registrado em cartório;
Inscrição no Cadastro do CNPJ: Conforme a Lei 4.503 de 30/11/64, que institui a obrigatoriedade da inscrição do CNPJ no Ministério da Fazenda, da igreja matriz e suas filiais, cuja a identificação, no caso das congregações, será pelo número de ordem e barra do referido CNPJ.
Carimbo do CNPJ: Conforme Decreto 61.514 de 12/10/67, que tornou obrigatório o uso do carimbo do CNPJ para a igreja matriz e suas congregações
Livro Caixa ou Diário/Razão: Conforme determina o Regulamento do Imposto de Renda, a igreja é obrigada a possuir um Livro Caixa com o Balanço de Abertura, Termo de Abertura e Termo de Encerramento, o qual depois de registrado em cartório, a igreja devera iniciar a escrituração de todas as receitas e despesas e as contas patrimoniais.
Livro de Ata: A igreja está obrigada a possuir o Livro de Ata, devidamente registrada em cartório com os devidos Termos de Abertura e Termo de Encerramento.
Rais Negativo: Todas as igrejas, enumeradas no Decreto 76.900 de 13/12/75, devem apresentar anualmente e dentro do prazo legal o RAIZ NEGATIVO, quando as igrejas não possuírem empregados registrados, conforme determinação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Declaração de Isenção: Conforme determina o Decreto Federal nº 1.041, todas as igrejas estão obrigadas a entregar anualmente a Receita Federal, até o mês de Junho de cada ano, sua Declaração de Isenção do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica.
Matricula no INSS: Após o registro do estatuto e da inscrição do CNPJ, a igreja deve providenciar sua matrícula no INSS.
Ata de Eleição da Diretoria: A igreja deve transcrever em Ata da Eleição da última diretoria e providenciar seu registro em cartório
Imposto Sindical Patronal: Revestida de natureza jurídica as entidades sem fins lucrativos, como no nosso caso as igrejas, são consideradas empregadoras. Portanto, deverão recolher no mês de janeiro de cada ano o imposto sindical patronal ou solicitar a sua isenção.
Contrato de locação: Se o templo for alugado ou Escritura definitiva dos imóveis, Contrato de cessão de direito dos imóveis.
Fazer a Contabilidade: A contabilidade torna-se obrigatória porque é necessária para a prestação de contas perante aos membros, como também para fins de isenção do Imposto de Renda. 

As legislações, documentos e obrigações citadas acima, já são necessários para nos convencer sobre a importância de se legalizar nossas igrejas, abrindo-as juridicamente nos respectivos órgãos, como também manter registros contábeis, que nos permitam atender todas as obrigações exigidas por lei para seu funcionamento. Além disto, precisamos principalmente atentar às palavras do Senhor Jesus, quando nos ordenou que obedecêssemos à lei dos homens – aquelas que não contrariam a vontade de Deus (Rm 13:1-7; Tt 3:1; Mt 22:21).

Pastores e dirigentes que Deus vos abençoe com Sua direção e com o crescimento da obra que vos confiou!

BRASIL UM PAÍS EM CRISE ESPIRITUAL, MORAL E RELIGIOSA!

Os tempos são difíceis no Brasil em vários aspectos (refiro-me a “tempos” porque nossos problemas nacionais emendam décadas e enlaçam gerações); existe a crônica e sistêmica dificuldade da corrupção política derivada de uma outra desvirtuação moral que também emana de mais uma adulteração imaterial (espiritual) – sim, e nesta última a constatação de que a alma do “povo brasileiro” está doente! Ficamos enfermos pois bebemos dos cálices das mentiras variadas e nos alimentaram dos banquetes de enganos e trapaças – por isso que o brasileiro é de alguma forma “corrupto”; nosso espírito geme no que parece um beco escuro e sem saída e nossa vida se esvai em meio a tanta desgraça social.

A última esperança é a “igreja de Jesus”, pois para esta as portas do inferno não prevalecerão; para ela a mentira não triunfa e o pecado em qualquer estágio e meio não é tolerado. Estamos numa “crise de verdade” e num cenário de inverdades onde se mente do “púlpito” ao parlamento; da polícia ao judiciário e da liderança comunitária a Presidência da República. É uma crise moral onde a retidão se extingue frente a intentos de ganância e poder onde tudo vale e se justifica. É uma crise de valores onde o relativo não permite convergirmos em quase nenhum acordo – todo mundo tem a sua verdade e sua isolada posição – e numa sociedade em que ninguém se entende a própria se destrói.

Também estamos em meio a uma crise de respeito e civilidade, há uma guerra entre “cristãos” (com destaque para alas evangélicas) e “gays” neste país, onde os primeiros através de alguns de seus líderes pelo discurso da defesa da família e dos bons costumes formam um cinturão de apelo político e usam do canhão das mídias evangélicas para mobilizarem o segmento a pressionarem os legisladores na aprovação de leis mais “teocráticas”; incitam a promoção de boicotes comerciais a empresas que “apoiam” o homossexualismo, fomentam discussões e desferem acusações ao ativismo gay. Essa “causa evangélica” deixa de ser cristã quando instiga ódio e arranca fobias interiorizadas em mentes fundamentadas na extrema e única opção de condenar pessoas. O brasileiro têm liberdade se quiser ser gay ou lésbica e ponto. O cristão também tem o direito de continuar pregando o evangelho sem ofender as pessoas – apenas repetindo o que as Escrituras ensinam. Vale lembrar que a Palavra de Deus enquanto o indivíduo está vivo só condena o comportamento dele e não o próprio, de outra forma Deus jamais o chamaria ao arrependimento – não haveria sentido para tal. 

Evangelho no sentido vernacular são boas novas de salvação – é isso que a igreja evangélica precisa se ocupar em fazer – quem convence é o Espírito Santo! Se nós temos a verdade e se o ativismo gay quer propor e impor inversões de papéis sociais através de um novo conceito de sexo e família – nosso comportamento precisa basear-se numa apologia fidedigna à Palavra de Deus em todos os sentidos – inclusive naquela de amar o próximo (gays, lésbicas, bissexuais e travestis); se quisermos dialogar com essa sociedade não evangélica onde não impera quase nada de valores bíblicos; teremos de ouvi-la, respeitá-la em seu direito de expressão e para os mais radicais de nosso meio o apelo não é menos radical – você terá que dar a face mesmo àqueles que aprovam demonstrações como a do transsexual que aludiu a Jesus crucificado sobre um trio elétrico em plena parada gay. 

Voltando ao campo político e estendendo uma ponte de reflexão ao religioso, eu acredito que a presença de representantes cristãos na câmara dos deputados é necessária, como também representantes de outros segmentos sociais. Acredito que através da política é que conseguiremos fazer um país para e de todos, sob a ordem do respeito mútuo – ninguém obrigando ninguém a nada, quer por sentir-se injustiçado por ser minoria ou por achar-se absoluto pelo apoio da maioria. O Brasil não é uma “igreja” e menos uma “parada GLBT” e enquanto os enfrentamentos e xingamentos continuarem, mais distantes do entendimento ficaremos e os caudais generalizados de nossas crises só aumentarão.